SAPATILHA ESPÍRITA



“... Sim, certamente o Espiritismo abre á arte um campo novo, imenso e ainda inexplorado; e quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, haurirá nessa fonte as mais sublimes inspirações, e o seu nome viverá nos séculos futuros, porque às preocupações materiais e efêmeras da vida presente, substituirá o estudo da vida futura e eterna da alma.”
Allan Kardec

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Aos Artistas


Os artistas somos médiuns da beleza, cultivemos pois em nós a abnegação e a humildade, filtros indispensáveis para que sejamos instrumentos úteis, das mãos divinas do Artista Maior.
Eis que depositou em nossas mãos os pigmentos e os planos para que viéssemos a lapidar o homem em nós e o homem-irmão instituído em cada um que compartilha de nossa jornada.
É esse o nosso compromisso: o de levar ao homem hodierno a lembrança do Divino Pai, Deus de amor, Deus da Beleza, Deus da Glorificação, que esquecemos nos séculos anteriores, emoldurando-O nos altares de pedras preciosas e de aurífero metal, levando às fogueiras e masmorras da intolerância e do desmando em Seu Santo Nome, preciosos irmãos, emissários por Ele enviados, como na Parábola do Festim das Bodas, porque assim seria e haveria de ser, para que se cumprissem as palavras do Cristo, e porque Este, pastor cuidadoso, muito bem conhecia seu rebanho, chegando mesmo a profetizar seus passos, antecipando suas perdições e colocando-lhes nos caminhos homens e ações que os alertassem e os avisassem buscando fazê-los retroceder.
Assim, busquemos também no exercício do nosso dia, através dos talentos da Arte e da Mediunidade, encontrar estes mensageiros, estes avisos, estes alertas a nos mostrarem os caminhos da perdição e nos conduzirem para distante dali.
Busquemos em cada uma de nossas ações a possibilidade de exercer esta função que Deus nos outorgou: levemos a Beleza, levemos a paz, aprendamos e ensinemos com este exercício, edificando e construindo, desta vez de forma correta, com a nossa arte, o caminho traçado pelo Cristo.
Sim, amigos, muitos de nós não recebemos pela primeira vez os dons da arte ou mesmo da mediunidade. Mas a maioria de nós é verdade, as usamos de maneira reproxável. Reunidos, suplicamos nova oportunidade.
Hei-nos aqui. Pois que saibamos fazer desta uma oportunidade valiosa e uma realização verdadeira para que possamos reiniciar o caminho adrede desviado.
Quem fomos, não mais importa, se nossos nomes foram reconhecidos e se merecemos aplausos e longas notas na imprensa, tudo isto de nada nos serviu, ao adentrarmos o pórtico da morte. E muitos de nós, na verdade, se viu despido, sem maquiagem, sem figurino e principalmente sem as luzes da ribalta e sem os aplausos de outros, para reconhecer-se falido, vil e devedor.
Agora, recomecemos, fortifiquemo-nos, seguindo adiante. Pois é o presente que conta e o futuro nos aparece em rasgos de esperanças.
Coloquemo-nos em marcha pois.
Pela Paz, através da Arte e pelo exemplo de Jesus, para a glorificação do Reino de Deus na Terra.

Adolfo ( Espírito) - Denize de Lucena ( médium)
13 de agosto de 2002

PSICOGRAFIA REALIZADA NA REUNIÃO DE ESTUDO DA MEDIUNIDADE

Dança: Vibração da Alma


A dança é a vibração da alma que a arte impulsiona sobremaneira.
O corpo é repositório de nossas experiências mantidas nos séculos de nossas existências.
Em cada uma delas, nos despojamos deixando ao solo o acúmulo e o desgaste de nossas energias somáticas. No entanto, levamos conosco em maior profundidade a cada vez, o resultado e o acúmulo das energias, sentimentos e emoções em nosso perispírito: Nosso corpo luminoso, energético e mais sutil. É ele a ligação do ser que somos com o ser que estamos.
A arte, sutilizada e espiritualizada, que eleva-se às esferas em busca da beleza e da divindade, emana e detém as energias através deste veículo: o corpo perispiritual.
A dança, presente nas demais artes e mãe destas todas, é importante veículo de manipulação fluídica e espiritual, deixada ao largo porque ao se definir no ser, em seus contornos e desenhos primários, reflete em maior amplitude o grau evolutivo deste mesmo ser.
A humanidade, embora haja evoluído muito em referência ao seu ponto de partida, muito distante ainda se encontra do seu ponto de chegada.
É-nos mais fácil responder ao que conhecemos. E mais perto ainda nos encontramos das tribos arcaicas que da angelitude.
Nosso corpo fluídico guarda em si os sons dos tambores que buscavam as chuvas, dos chocalhos que cantavam para os ventos e dos batedores que buscavam o deus da força, o deus da natureza.
Gravados neste veículo menos grosseiro, estão os cânticos ritualizados e unicórdios das sociedades primitivas e a eles respondemos como às lembranças carinhosas de nossa infância.
Quando o homem houver desligado-se das imagens e sensações terrenas, através do intercâmbio e das visões do mundo espiritual, das esferas onde a alegria, a harmonia e a paz reinam, refletirá em seu corpo espiritual e este imprimirá no soma as energias divinas e harmônicas do universo.
A dança será então, como já o é em esferas sutilizadas, um cântico de louvação fisicalizada em luzes e formas, emitindo irradiação salutares e terapêuticas, unindo almas em sintonia com os benfeitores e elevando o ser ainda mais a planos de sutilíssimas harmonias.
A arte que plasma no homem a harmonia divina, ainda não foi por ele descoberta em sua real utilidade.
Ainda há pouco iniciou-se a busca da espiritualização da arte. Esta é sim, reflexo do homem hodierno, que ainda busca, qual náufrago em desespero, o prumo e o centro de suas aspirações. Suas inquietações ainda o perturbam e desarranjam sem que lhes traga a felicidade.
Arte e homem caminham juntos por serem tão somente uma única e mesma coisa.
A arte é o elemento divino do homem, sua emoção, sua aspiração, seu ideal, deveria ser-lhe alavanca a Deus. E o será quando ele, o homem, melhorando-se, melhorá-la, elevando-se, elevá-la e divinizando-se, divinizá-la.

Ariel ( Espírito) - Denize de Lucena ( médium)

24 janeiro de 2003.